Quanto tempo dura a espera?

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“Ter esperança” e “estar à espera” são expressões que fazem parte da vida dos(as) atingidos(as) pelo crime da mineradora Samarco (Vale e BHP Billiton). São mais de três anos após o rompimento da Barragem de Fundão. A espera para retornar ao próprio lar tem sido dolorosa, sobretudo para aqueles(as) que estão em um tempo de vida no qual se deveria ter conforto e tranquilidade.

 

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][thb_gap height=”15″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Por Efigênia Bento e Orídes da Paixão de Souza (Dirce)
Com o apoio de Larissa Pinto e Rafael Francisco[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][thb_gap height=”50″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/2″][thb_border][vc_column_text animation=”animation scale”]Morei 35 anos no Bento, eu achava que ia terminar os meus dias lá. Foi o único lugar em que pude comprar um pedacinho de terra pra chamar de meu. Na minha casa tinha terreiro, horta, árvores. Era uma vida muito tranquila. Nós somos da roça, a gente não se acostuma fácil. Quero é que arrumem um lugar pra gente ficar tranquilo igual ao Bento. Eles dizem que, em até um ano, a gente volta. Se Deus ajudar, e eu viver até lá, tenho esperança de que vou voltar pra minha casinha. A gente não espera só pra gente, mas para os que vêm. Assim como eu fui feliz na minha vida, eu espero que meus filhos e meus netos também sejam.

Orídes da Paixão de Souza (Dirce), moradora de Bento Rodrigues

[/vc_column_text][/thb_border][/vc_column][vc_column width=”1/2″][thb_image image=”4167″][thb_image animation=”animation fade-in” image=”4072″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][thb_gap height=”50″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/2″][thb_image animation=”animation fade-in” image=”4076″][thb_image animation=”animation fade-in” image=”4075″][/vc_column][vc_column width=”1/2″][thb_border][vc_column_text]Vivi quase 50 anos em Paracatu. Eu nasci e fui criada na roça. Tenho uma saudade da minha casa, lá eu vivia muito bem. Tinha horta na porta de casa, era uma senhora horta. Aqui não tem lugar de plantar nada. É tudo cimento e a casa não é nossa. No meu quintal tinha um pé de rosa que era a coisa mais linda. Meu fogão era à lenha, pintado de cor de rosa. O dia inteiro tinha café quentinho. Antes de chegar aqui, eu nunca tinha cozinhado em fogão à gás. Quando deito na cama, eu perco o sono. Penso no tanto que quero voltar para minha casa. Vai fazer quatro anos que estamos nessa peleja. Quando eu voltar para casa, a primeira coisa que vou fazer é passar um café quentinho. Eu ainda tenho esperança.

Efigênia Bento, moradora de Paracatu de Baixo

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