O passado de Rio Doce

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Por Geraldo Cesar Pinheiro Soares (Dedá), Luiz Carlos Lobo Júnior (Juninho) e Maria da Consolação

Com o apoio de Larissa Pinto e Miriã Bonifácio

A história da cidade de Rio Doce sempre esteve ligada ao rio e à ferrovia. O caminho de ferro, inclusive, foi construído para levar os produtos da mineração. Os trens saíam de Leopoldina trazendo minério. Em agosto de 1971, a ferrovia foi desativada. Agora, desde novembro de 2015, os moradores também perderam o rio, que foi atingido pelos rejeitos da Barragem de Fundão.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1538226508982{margin-top: 24px !important;background-image: url(https://jornalasirene.com.br/uploads/2018/09/RioDoce-antigo.jpg?id=2533) !important;background-position: center !important;background-repeat: no-repeat !important;background-size: cover !important;}”][vc_column width=”1/6″][/vc_column][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Rio Doce, uma cidade pititinha. Berço de Odilon Caldeira, grande músico. Lugar de subir na grimpa das árvores, de enxergar a vida da ponte pra cima, no rio, e da ponte pra baixo, nos trilhos de ferro. Terra de clima fresco, de arrumar pra ver.

Aqui, mulher não engravida, fica empapuçada. Também não se farta, mas lava a porda. Tem gente boa padaná e muitos causos típicos bons pra rachar o bico. Então, tome nota.

De boca em boca, veja como se dá a história: na fazenda do Gambá não pode trabalhar. É canjiquinha no almoço e pela égua no jantar. Quer dizer, põe os tropicão e depois a janta que se pele.

Rio Doce, doce rio, você já não é mais o mesmo. Mexeram com você, criaram uma marafunda, um bitelo de um estrago. Ficamos amoados que agora não dá mais pra comer peixe. Mas tá sem perigo, pois, mesmo esbudegados, ainda temos as memórias.

Nenhum revestrés vai impedir a gente de estourar carrapato, de fazer bambá de couve, comer biluca, muito menos fazer um frango com lobrobô. Uma renca de coisas que não vamos esquecer.

A gente tá pelejando para encanar a perna, responsabilizar quem bagunçou com o nosso coreto, miou o nosso rio. É tudo gente bamburrada fazendo negociata com a riqueza do nosso lugar.

Mas cheguem na praça, Rio Doce, você ainda é forte. Vai na estação do trem, Rio Doce, você ainda é forte. Deixa o pó passar na rua do grupo escolar, Rio Doce, você é mais forte. E, assim, vamos seguindo “Tecendo os fios dos fatos”**, já que tudo isso é história que contaram pra gente.

______

Rio Doce, doce rio: livro de Élcio Pinheiro, autor local

**“Tecendo os fios dos fatos”: livro de Dagmar de Araújo Lima, autora local

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/6″][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1538226590931{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][thb_border style=”style3″][vc_column_text]

Como falamos por aqui

Pititinha: pequena
Grimpa: Ponto mais alto de uma árvore
Arrumar pra ver: experimentar, tentar
Lavar a porda: se fartar
Padaná: muito
Rachar o bico: rir
Toma nota: anota aí!
Pela égua: canjiquinha com costelinha
Marafunda: confusão
Bitelo: grande
Amoado: quieto, chateado
Tá sem perigo: de jeito nenhum
Esbudegado: muito cansado, sem forças
Revestrés: imprevisto
Estourar carrapato: chupar jabuticaba
Biluca: pão com salame
Lobrobô: ora-pro-nóbis
Renca: muitos, vários
Peleja: trabalho árduo
Encanar a perna: garantir o futuro
Bagunçou o coreto: atrapalhou
Miou: acabou, encerrou
Bamburrada: cheia de dinheiro
Negociata: transação comercial[/vc_column_text][/thb_border][/vc_column][/vc_row]