O Rio Fantasma

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Por Darlan Correa Dias (atingido de Governador Valadares)

Foto: Adelaine Dias (Rio Doce atingido pela lama em Governador Valadares, Minas Gerais[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][thb_gap height=”20″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/2″ css=”.vc_custom_1542130881514{margin-right: -25px !important;padding-top: 25px !important;padding-bottom: 25px !important;padding-left: 25px !important;background-color: #cccccc !important;}”][vc_column_text]

O rio que corria à frente da Ibituruna
morreu!
Era volumoso,
Generoso,
Sinuoso.
Não negava peixes aos ribeirinhos,
e sua profundidade permitia navegação.
O rio que corria à frente da Ibituruna
morreu!
Era intempestivo,
genioso,
espaçoso.
Quando chovia muito,
transbordava e invadia tudo.
O rio que corria à frente da Ibituruna
morreu!
Era pródigo,
dadivoso
grandioso.
Abastecia centenas de cidades.
O rio que corria à frente da Ibituruna
morreu!
Era morada de muitos!
Aconchegante,
Amoroso…
Gostoso!
Tão amado, foi batizado de Doce!
O rio que corria à frente da Ibituruna
foi assassinado!
Seu sangue
vermelho,
castanho,
marrom,
vai arrastando-se morosamente em seu leito.
O rio que corria à frente da Ibituruna
foi violado!
Seu fantasma agora geme
Agoniado,
desesperado,
olvidado.
Pois quem o feriu, foi inocentado!

Poema premiado no I Concurso Literário UNIVALE[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/2″][/vc_column][/vc_row]