Em defesa da nossa matriz de danos

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Ainda que seja impossível reparar todos os danos causados pelas mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, é necessário lutar por uma indenização justa. Os(As) atingidos(as) não merecem migalhas. Suas vidas foram fortemente impactadas pelo crime do rompimento da barragem de Fundão. Há danos que ultrapassam o valor financeiro, pois foram danos na alma. É por isso que a matriz de danos, construída com os(as) atingidos(as), pela Cáritas, em parceria com a UFMG e a UFRRJ, é de grande relevância neste momento. Essa matriz leva em conta os danos separados em quatro eixos: perdas e danos materiais individuais ou familiares; perdas e danos referentes às atividades econômicas; perdas e danos materiais e morais de bens coletivos; e perdas e danos extrapatrimoniais. [/vc_column_text][thb_gap height=”50″][vc_column_text]

Por Maria do Carmo D’Angelo e Bernardo Campolina (CEDEPLAR/UFMG)

Com o apoio de Juliana Carvalho

[/vc_column_text][thb_gap height=”50″][vc_column_text]Não há dinheiro que pague uma vida. Quanto vale nossa casa que foi embora? A gente precisava saber valorar esses danos. A gente precisava ter alguém capacitado pra dizer pra gente quanto vale a perda de uma casa, de seu terreno. Quanto vale a pessoa ficar sem produzir tantos anos.

Maria do Carmo D’Angelo, moradora de Paracatu de Cima 

 

Indenização pelos danos à saúde

É muito injusto os valores da Renova. E ela disse que a matriz dela foi construída junto com os atingidos. Não foi. Eu participei de todas as reuniões e nunca construímos matriz junto com a Renova. Isso nunca existiu. 

A matriz de danos construída por nós propõe uma indenização bem diferente da indenização e dos valores praticados pela empresa. São questões que as empresas não discutem, não põem valor, principalmente a questão da saúde humana. A Renova não está indenizando nem a saúde física, nem a saúde mental das pessoas. E, na nossa matriz de danos, nós temos valores para esses danos. 

Maria do Carmo D’Angelo, moradora de Paracatu de Cima 

 

A luta pela homologação 

Hoje, a gente tenta, a muito custo, muito sofrimento, saber se nós vamos poder usar essa matriz. Foi homologado com a juíza para que a Renova pagasse a nossa matriz de danos e aí, hoje, as mineradoras recorreu e não quer pagar. Nós, atingidos, temos que lutar pra que ela não consiga esse recurso. Então, é isso o que os atingidos têm que buscar junto à Justiça: a homologação da nossa matriz de danos, porque, aí sim, as pessoas vão ser indenizadas com justiça.

Maria do Carmo D’Angelo, moradora de Paracatu de Cima 

 

Os atingidos devem se informar a respeito de seus direitos, buscando o apoio da Cáritas Brasileira. A matriz de danos, um trabalho desenvolvido pelo CEDEPLAR/UFMG e pelo IPEAD/UFMG, em parceria com a Cáritas, apresenta uma estrutura técnica e científica capaz de fornecer elementos para as demandas dos atingidos. Esse trabalho é dos atingidos e deve ser utilizado por eles.

Bernardo Campolina, coordenador do CEDEPLAR/UFMG

 

A gente pede, com muita fé, que a gente consiga ser reparado com a nossa matriz de danos, que foi construída com a nossa assessoria, com as pessoas das universidades, mas também com os atingidos. Tivemos várias entrevistas para saber como valorar esses danos. E a gente espera da juíza que ela entenda que a nossa matriz de danos é um meio da gente se sentir reparado justamente. 

Maria do Carmo D’Angelo, moradora de Paracatu de Cima 

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][thb_gap height=”50″][vc_column_text]Leia a Carta/Manifesto em defesa da matriz de danos, produzida pelos(as) atingidos(as).[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]