Reassentamento das comunidades atingidas? Até hoje nada!

Atingida de Bento Rodrigues guardou em um pano os números da casa que foi destruída pela lama.

[vc_row][vc_column][interactive_banner banner_desc=”Judith de Souza, atingida de Bento Rodrigues, guardou em um pano os números da casa que foi destruída pela lama e pretendo colocá-los de volta na futura casa. (Foto: Larissa Helena/Jornal A Sirene)” banner_image=”id^610|url^https://jornalasirene.com.br/uploads/2017/11/reassentamento_Larissa-Helena.jpg|caption^Judith de Souza, atingida de Bento Rodrigues, guardou em um pano os números da casa que foi destruída pela lama. |alt^Atingida de Bento Rodrigues guardou em um pano os números da casa que foi destruída pela lama.|title^reassentamento_Larissa-Helena|description^null” heading_title_color=”#000000″ desc_color=”#767676″ banner_overlay_bg_color=”#ffffff”][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1510953723659{margin-top: 25px !important;}”][vc_column][vc_column_text]Por Antônio (Dalua), Júlio César Gilberto da Silva e Maria Geralda Oliveira da Silva

Com o apoio de Carlos Paranhos

Lavoura, Lucila e Macacos foram os terrenos escolhidos pelos moradores das comunidades de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira Velho para a reconstrução dos lugares atingidos. Os dois primeiros foram votados pelos moradores ainda em 2016. No entanto, até o momento, a insuficiência do trabalho da Fundação Renova/Samarco – que não conseguiu comprar todos os terrenos, registrar as terras e ter os licenciamentos necessários para a construção das novas comunidades – cria um cenário angustiante para os atingidos. Hoje, eles temem não só o atraso das obras, mas também as condições de vida nos reassentamentos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1510952753428{margin-top: 25px !important;}”][vc_column][thb_border][vc_column_text]Os terrenos de Lavoura já foram adquiridos pela empresa, mas a documentação ainda está agarrada. Ela tem o contrato de compra e venda, mas o registro ninguém tem ainda. Por conta disso e de outras burocracias que a empresa diz ter, o processo está parado. Até pouco tempo, a SEMAD [Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento] e a Renova disseram ser necessário delimitar a poligonal do terreno para saber se vai entrar só a área urbana ou também a dos sitiantes, ou seja, muito ainda precisa ser feito.

O primeiro projeto de urbanização que a empresa fez era muito bonito, mas não tinha nada a ver com a gente. É muito importante que a construção se pareça com o Bento antigo, que a vizinhança seja a mesma, com terra boa pra plantar e tudo. Na Lavoura, tudo vai ser diferente, mesmo assim será o nosso lugar, e, creio eu, temos que pensar dessa forma. Eles pregam muito pela finalização do reassentamento em 2019 e ele precisa sair! Mas a gente ainda fica com dúvida se vai ser nessa data ou não, porque se dentro de 2 anos  a Renova não começou nem o desmatamento, imagina concluir tudo. Nós queremos nossas casas e queremos que elas sejam seguras, por isso estamos agendando reuniões com os atingidos e demais órgãos, para que nosso direito seja assegurado.

Antônio Dalua, atingido de Bento Rodrigues[/vc_column_text][/thb_border][vc_row_inner css=”.vc_custom_1510952708573{margin-top: 25px !important;}”][vc_column_inner][vc_column_text]A participação da comunidade, da Comissão e da Cáritas em visitas, assembleias e reuniões, abriu os olhos dos Órgãos do Estado (SEMAD e SECIR) para exigir outras opções para o projeto urbanístico do Novo Bento. No cronograma estabelecido entre órgãos do Estado, Prefeitura, Comissão dos atingidos de Bento Rodrigues, Assessoria Técnica da Cáritas e Fundação Renova, o projeto final deverá ser apresentado à comunidade até o final deste mês.

Cáritas – Assessoria Técnica[/vc_column_text][/vc_column_inner][/vc_row_inner][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1510952520309{margin-top: 25px !important;}”][vc_column][thb_border][vc_column_text]Até agora ainda não temos uma resposta exata de nada. Sobre o terreno de Lucila, sabemos que boa parte já foi comprado pela Renova/Samarco, mas ainda falta a compra de dois terrenos, que somam nove. Eles não mostraram nenhum papel garantindo que está tudo certo em relação às nossas terras. Nas reuniões junto à Comissão, eu sempre questiono esses papeis, mas até hoje nada.
Meu povo ainda está discutindo o mapa que foi apresentado porque algumas ruas que cortam o Paracatu estão em sentidos diferentes. Por exemplo, a Rua Gualaxo que é na esquerda, mudou para a direita. Entendemos que o terreno é diferente, mas essas coisas precisam ser discutidas.
Conheço bem o terreno de Lucila e  tenho medo dele não ter água para atender uma comunidade. Nosso Paracatu de Baixo tinha muita água para trabalhar, pescar e cuidar das criações. O mesmo não acontece em Lucila. A empresa alega que irá buscar água em localidades próximas, fazer poços artesianos e tudo mais.  Mas e se um dia faltar água? Como faremos?
No nosso espaço a gente tinha tudo o que precisava. Se eu quisesse fazer uma verdura, pegava no quintal. Ovo, então, nem se fala. Agora, eu preciso de ir sempre no supermercado. É outra realidade. Por isso eu quero ter a nossa comunidade junta novamente, como era antes com as nossas conversas e costumes. Eles falam que estamos em situação emergencial, mas o que estamos é há dois anos sem nenhuma resposta. Até quando vamos continuar desse jeito?

Maria Geralda Oliveira da Silva, atingida de Paracatu de Baixo[/vc_column_text][/thb_border][vc_row_inner css=”.vc_custom_1510952499399{margin-top: 25px !important;}”][vc_column_inner][vc_column_text]Os atingidos, juntos com a Assessoria, exigem que estudos sobre a água sejam realizados e disponibilizados, pois, até hoje, não se tem garantias de que os reassentamentos terão água disponível em relação a quantidade e qualidade.Sobre os terrenos, a empresa teve até o dia 31 de outubro para finalizar a assinatura dos contratos de compra e venda, mas ainda não apresentou nenhum documento.

Cáritas – Assessoria Técnica[/vc_column_text][/vc_column_inner][/vc_row_inner][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1510952482737{margin-top: 25px !important;}”][vc_column][thb_border][vc_column_text]Estamos com a Assessoria Técnica há pouco tempo, tudo ainda está no início. Até hoje, os terrenos não foram negociados. Tanto que antes a Fundação Renova/Samarco alegava que o proprietário não queria vender o terreno onde queremos que aconteça o reassentamento. Só que o próprio dono dos terrenos disse para nós, moradores, que nunca se opôs a essa venda. A questão é que ele nunca foi procurado. Em uma das últimas reuniões que participamos, o Ministério Público intimou a Samarco a explicar essa situação, dando um prazo de 60 dias, que termina em novembro, para que a compra  seja efetuada.

Meus pais já estão com mais de 60 anos. Eles estão doidos para voltar, mas eu acredito que se acostumar com um novo lugar vai ser difícil. Lá na casinha simples deles tinha tudo. Todas as lembranças, fotos, a herança deixada pelos meus avós, foi tudo embora. Então, eles ainda têm uma certa mágoa, mas meu pensamento ainda é positivo.

O que mais sinto falta é do contato que a gente tinha com o pessoal. Com certeza quando construírem nossas casas iremos nos reunir de novo pra jogar papo fora. Hoje, nosso contato só acontece por reunião, fora disso é muito difícil. A expectativa da população é tão grande que, nas poucas vezes que nos encontramos, a gente sempre pergunta: nós vamos ter o terreno para morar ou não? Nos próximos meses iremos festejar em Gesteira e fazer algumas reuniões para mostrar para o povo que estamos vivos e não desistimos.

Júlio César Gilberto da Silva, atingido do Gesteira Velha[/vc_column_text][/thb_border][vc_row_inner css=”.vc_custom_1510952462758{margin-top: 25px !important;}”][vc_column_inner][vc_column_text]A área acordada entre os atingidos e os donos do terreno (Macacos) já foi levantada, mas ainda não se acordou o perímetro exato. Vamos fazer o estudo da área em diversas questões para auxiliar a delimitação necessária/mínima para o Gesteira. Os atingidos estão se reunindo periodicamente conosco para que a gente exponha as informações e para que eles também tenham voz  no processo de entender e dizer o que consideram que deve ter em Gesteira, em contraposição às propostas da Renova.

AEDAS – Assessoria Técnica[/vc_column_text][/vc_column_inner][/vc_row_inner][/vc_column][/vc_row]