Recriar as esperanças em um novo passo

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Por Espedito Lucas da Silva (Kaé) e José das Graças Caetano (Zezinho Café)

Com o apoio de Flávio Ribeiro, Guilherme Meneghin, Silmara Filgueiras e Assessoria Técnica da Cáritas

Imagens: Flávio Ribeiro e Genival Pascoal

Com a instalação do canteiro de obras no terreno de Lavoura e a futura liberação para as obras do reassentamento de Bento, cresce a necessidade da comunidade se aproximar cada vez mais do lugar que escolheu para morar, ainda na tentativa de planejar moradias adequadas aos seus modos de vida.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1528786435251{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][thb_border][vc_column_text]“Trabalhei 25 anos no terreno de Lavoura, fui o primeiro que pisou naquele lugar quando o Bento foi atingido. Tinha que indicar um novo terreno e, como eu já conhecia lá, pensei que podia ser ele. Graças a Deus, toda a comunidade aprovou na votação e eu fico muito orgulhoso por isso. A gente fica preocupado com a demora, porque nesse Brasil tem tanta coisa errada que a gente não sabe o que pode fazer. Estamos com esperança, mas também com o pé atrás.”

Zezinho Café, morador de Bento Rodrigues

[/vc_column_text][/thb_border][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1528786446890{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][vc_column_text]As palavras de Zezinho contam parte do caminho percorrido pela comunidade desde a decisão onde o lar será reconstruído até 11 de maio deste ano, quando o canteiro de obras começou a ser implantado em Lavoura. Esse canteiro é uma área onde será concentrada toda a mão de obra para o reassentamento da comunidade, abrigando desde as ferramentas até o suporte para os trabalhadores, como os ambulatórios e os vestiários.

No entanto, para que as obras do reassentamento tenham início, ainda é necessário que as secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a de Cidades e de Integração Regional (Secir) analisem os documentos apresentados pela Renova/Samarco e vejam se todos os critérios para o projeto foram atendidos e, somente assim, aprovem o licenciamento ambiental e o parcelamento do solo, que é a divisão dos lotes. Também será necessário que a Prefeitura de Mariana entregue o alvará para a construção. Esse pedido para o licenciamento foi enviado pela Renova/Samarco no dia 23 de maio e o prazo para a resposta depende da Semad e da Secir. E é por isso que o canteiro de obras é um passo importante para o reassentamento, mas ainda não é o único.

Enquanto o canteiro é construído e o Ministério Público entra com uma ação para pedir o cronograma para as obras, sob pena de 20 milhões de reais em multa por dia de atraso, a comunidade caminha a cada sopro de esperança, lutando por um reassentamento que seja entregue dentro do prazo previsto, em março de 2019, e que garanta o direito a uma moradia digna.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1529097004103{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][vc_raw_html]JTNDY2VudGVyJTNFJTBBJTNDaWZyYW1lJTIwd2lkdGglM0QlMjI1NjAlMjIlMjBoZWlnaHQlM0QlMjIzMTUlMjIlMjBzcmMlM0QlMjJodHRwcyUzQSUyRiUyRnd3dy55b3V0dWJlLmNvbSUyRmVtYmVkJTJGNTNfbW84QWdnUEklM0ZyZWwlM0QwJTIyJTIwZnJhbWVib3JkZXIlM0QlMjIwJTIyJTIwYWxsb3clM0QlMjJhdXRvcGxheSUzQiUyMGVuY3J5cHRlZC1tZWRpYSUyMiUyMGFsbG93ZnVsbHNjcmVlbiUzRSUzQyUyRmlmcmFtZSUzRSUwQSUzQyUyRmNlbnRlciUzRQ==[/vc_raw_html][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1528786456860{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][thb_border][vc_column_text]“Parece mais uma efetividade de marketing da Renova do que efetividade no sentido de mostrar que ela está fazendo o necessário. Esse canteiro de obras é como se você comprasse a tinta para a sua casa, mas essa casa ainda não estivesse pronta.”

Guilherme Meneghin, Promotor de Justiça da Comarca de Mariana

[/vc_column_text][/thb_border][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1528786505723{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][thb_border][vc_column_text]“É difícil falar quando a gente não entende muito bem, mas só de ter o canteiro de obras já dá uma esperança pra gente.”

Kaé, morador de Bento Rodrigues

[/vc_column_text][/thb_border][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1528786496637{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][vc_column_text]Desde o dia 29 de maio, a Renova/Samarco vem convocando as famílias em grupos para conhecer os 20 arquitetos contratados pela fundação/empresa, para, a partir disso, iniciar o processo do desenho de cada casa e dos equipamentos públicos. A Assessoria Técnica da Cáritas tem feito o acompanhamento desse trabalho e aponta para uma necessidade de que se envolva cada atingido(a) com o local de sua futura morada e não somente com os arquitetos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1528786486584{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][thb_border][vc_column_text]“A preocupação é de que as famílias projetem as suas casas sem conhecer seus próprios lotes. Nesse sentido, os grupos de famílias que se dividiram e os(as) atingidos(as) que expressaram o desejo de ter a moradia em lotes diferentes (por possuírem mais de um terreno no reassentamento) não têm clareza de como serão tratados. Isso já aconteceu na primeira oficina de projetos da Renova/Samarco e os técnicos presentes não souberam indicar soluções. Os(as) atingidos(as) correm o risco de desenharem projetos imaginários, distantes do terreno real.

Juliano Scarpelin, assessor técnico da Cáritas

[/vc_column_text][/thb_border][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1528786476425{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][vc_column_text]Acima de tudo, é direito da comunidade acompanhar e decidir sobre todas as etapas desse processo, incluindo o cumprimento dos prazos, a definição dos projetos e dos materiais utilizados, tendo liberdade para visitar também as futuras obras, conforme determina as diretrizes do reassentamento conquistadas na Justiça.

Avanço na Câmara de Mariana

Na segunda-feira (11), cerca de 50 atingidos (as) de Bento estiveram presentes na reunião da Câmara de Mariana para acompanhar a votação do Projeto de Lei 39/2018, que autoriza a doação dos nove terrenos de Lavoura à Fundação Renova. Após pressão da comunidade para que fosse votado em única discussão, o projeto foi aprovado por unanimidade.

Atingidos e atingidas de Bento Rodrigues acompanharam de perto a decisão sobre os terrenos de Lavoura. (Foto: Larissa Pinto/Jornal A Sirene

A fundação/empresas tem o prazo de até 24 meses para, de fato, dar início às obras do reassentamento, conforme determina o documento que possibilita a doação das áreas. O projeto retorna agora para a Prefeitura de Mariana, onde será assinado pelo prefeito Duarte Júnior.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]