Espaço de socialização se torna passagem para esgoto
Mesmo com muita luta para melhorar as condições dos espaços danificados pelo crime da barragem…
Mesmo com muita luta para melhorar as condições dos espaços danificados pelo crime da barragem…
[vc_row][vc_column][vc_column_text] Por Talita Lessa Melo – Arquiteta e urbanista– Assessoria Técnica de Barra Longa [/vc_column_text][thb_gap…
Há pouco mais de um ano e meio, os(as) atingidos(as) de Gesteira, distrito de Barra Longa, tinham poucas ações efetivas em relação ao reassentamento da comunidade.
É necessário reconhecer as crianças como sujeitos no mundo, como sujeitos que sentem e vivenciam, à sua maneira, o que acontece ao seu redor. O crime que ocorreu no dia 5 de novembro de 2015, e que continua na vida dos(as) atingidos(as) ao longo da Bacia, não deixou de fora as crianças. Elas sentem os impactos de tudo isso e absorvem as dores e os sofrimentos causados pelos danos. Portanto, é importante acompanhar e entender de que forma elas foram atingidas.
Neste Dia das Crianças, voltamos no tempo e lembramos como foi nossa infância nas comunidades em que crescemos. Fazemos isso para preservar aquele tempo, para que outras pessoas conheçam nossas histórias e para que nossa memória não se perca por culpa das empresas (Samarco/Vale/BHP Billiton).
A união dos(as) moradores(as) de Gesteira era o que garantia a comemoração do Dia das Crianças na comunidade. A iniciativa veio de Beatriz Helena, que decidiu passar de porta em porta pedindo doações para preparar um almoço para os(as) pequenos(as).
Gracinha Lima, Gracinha Costa e Vera Lúcia acompanhavam sempre juntas as orações na Igreja Nossa Senhora da Conceição. Após o rompimento, o local fechou e o grupo de orações teve que ser reconfigurado. Ainda assim, elas fazem parte agora de uma união que mantém um pouco dos costumes da comunidade, em meio a luta pelo reassentamento.
As cumadres Consebida e Clemilda estão com muitas dúvidas sobre a nova fase do reassentamento de Gesteira
Quando os funcionários da Samarco/Renova disseram que foram hostilizados nas reuniões do Gesteira eu comecei a pensar o que realmente é hostilização
Os atingidos guardam histórias que foram construídas nas comunidades às quais pertencem. A onda de lama foi forte, mas não o bastante para diminuir essas recordações. É desse lugar que muitos moradores tiram energia para enfrentar um cotidiano de adversidades