Os costumes religiosos permanecem
“Mesmo após o crime, algumas pessoas vão para Bento na Sexta-Feira da Paixão, porque as missas ainda são celebradas em Bento. Mas muita coisa não fazemos mais, devido à perda dos objetos da igreja.”
“Mesmo após o crime, algumas pessoas vão para Bento na Sexta-Feira da Paixão, porque as missas ainda são celebradas em Bento. Mas muita coisa não fazemos mais, devido à perda dos objetos da igreja.”
“Morei 35 anos no Bento, eu achava que ia terminar os meus dias lá. Foi o único lugar em que pude comprar um pedacinho de terra pra chamar de meu.”
Mais um ano se foi e, mais uma vez, a lama parece continuar escoando em nossas vidas. Nem mesmo o tempo é suficiente para que as consequências do crime sejam amenizadas.
Se pudéssemos nos encontrar com quem éramos há três anos, o que será que diríamos dessa trajetória? Como contaríamos sobre o que (não) tem sido feito nesse tempo? Quais recados gostaríamos de dar a nós mesmos?
Nessa vida de luta, quem nos dá força, esperança e inspiração, com sua alegria e amor, são as crianças, os heróis e heroínas de nossas histórias
As mulheres atingidas assumiram um protagonismo na defesa dos direitos de suas comunidades. Quando conseguem, elas participam de uma rotina intensa de reuniões. Porém, esses encontros costumam terminar tarde da noite e, geralmente, acontecem em lugares que ficam distantes de suas moradias provisórias em Mariana
“Só agora que veio ao nosso conhecimento que o deslizamento de terra aconteceu no dia 15 de maio. Eles esconderam isso da gente. No mês passado, quando soubemos que havia acontecido um deslizamento no terreno da Fazenda Floresta [onde a Renova/Samarco está construindo Diques], pensávamos que fosse algo recente.”
“Primeiro, achamos que essa história acabaria depressa. […] Depois, percebemos que já estava demorando demais. Agora, já vai para três anos. […] Dizem que ‘tal coisa’ não se aplica aos critérios da empresa. E, então, perguntamos: Qual o critério que eles encontraram pra jogar rejeito na gente?”
A rotina de Santana do Deserto se transformou novamente desde que a Fundação Renova/Samarco iniciou a limpeza na Hidrelétrica Risoleta Neves. Para a fundação/empresa, a solução para a limpeza do rio atingido foi uma das mais questionáveis: uma nova barragem para depositar os rejeitos retiradas da água.