O Jornal A SIRENE abraça a cidade de Rio Doce para contar a realidade dos moradores que sofrem com as perdas causadas pelo rompimento da Barragem. Nesse lugar, muitos viviam do garimpo e da pesca, uma relação com o rio que foi completamente alterada pela chegada dos rejeitos.

Daniel e Juliano são cortadores de cana em Barra Longa e, desde o rompimento da Barragem, perderam o lugar de onde tiravam a renda. Hoje, eles lidam com as dívidas e lutam para serem reconhecidos pela Renova/Samarco, Vale e BHP.

“Qual é o valor do rio que eu perdi, a casa onde nasci e fui criado? Qual o preço da mandioca que minhas terras pararam de produzir?” Em mais uma das fases do processo de reparação, os(as) atingidos(as) de Mariana se mobilizam para a construção de sua Matriz de Danos.

Com quase 98 anos, dona Geralda não teve sequer o direito de ser reconhecida como deveria. Não tem suporte para o pagamento do aluguel, recebeu o cartão reparação quase um ano após a tragédia, e ainda teve negada, pela Renova/Samarco, parte da indenização pelos danos

No dia internacional das mulheres, a Assessoria Técnica da Cáritas e as atingidas promoveram uma roda de conversa sobre a atuação feminina na luta pela reparação dos danos.

Enquanto as águas turvas do Dique S4 ferem os olhos e os sentimentos de Bento, à portas fechadas a Samarco oferece cerca de R$ 6,00 por metro quadrado a quem cuidou a vida inteira de suas próprias terras.

Para as moradoras de Rio Doce e de Nova Soberbo, o garimpo era uma fonte de renda. Após a contaminação do rio pela lama, elas tiveram que interromper o trabalho.

Reunimos fragmentos que dizem sobre o significado do termo atingido, que vem sendo construído no curso de dois longos anos.

Diante dos desafios que se anunciam, é preciso unificar a organização, elaborar com clareza a pauta de reivindicações, ampliar alianças e diálogo com a sociedade e fazer a luta social com coragem e esperança