Saberes que continuam: O pastel de Dona Laura

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Por Carla Gomes Barbosa e Laura Barbosa (Dona Laura)
Com o apoio e imagens de Wandeir Campos
O Jornal A SIRENE traz, a partir deste mês, uma série de histórias que dizem sobre os saberes de moradores das comunidades atingidas e suas relações com as tradições culturais desses lugares. Esses ofícios, hábitos e vivências revelam a importância de se falar da união desses povos e de fazer um resgate de suas memórias, para que, a cada mês, possamos também aprender com eles alguns dos seus melhores e mais valiosos ensinamentos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1525125009205{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][vc_column_text]
“O pastel de Dona Laura”
Dona Laura tem 83 anos, nasceu em Paracatu de Baixo, e tem um filho e uma neta. Desses 83, mais de 50 anos foram dedicados a fazer aquilo que dá origem à sua fama, o pastel.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1525125795142{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][vc_raw_html]JTNDY2VudGVyJTNFJTBBJTNDaWZyYW1lJTIwd2lkdGglM0QlMjI1NjAlMjIlMjBoZWlnaHQlM0QlMjIzMTUlMjIlMjBzcmMlM0QlMjJodHRwcyUzQSUyRiUyRnd3dy55b3V0dWJlLmNvbSUyRmVtYmVkJTJGMDFJYUFCQ3N6X1UlMjIlMjBmcmFtZWJvcmRlciUzRCUyMjAlMjIlMjBhbGxvdyUzRCUyMmF1dG9wbGF5JTNCJTIwZW5jcnlwdGVkLW1lZGlhJTIyJTIwYWxsb3dmdWxsc2NyZWVuJTNFJTNDJTJGaWZyYW1lJTNFJTBBJTNDJTJGY2VudGVyJTNF[/vc_raw_html][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1525124952011{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][thb_border][vc_column_text]Essa receita aí é da minha cabeça mesmo,
ninguém me ensinou.
Quando casei, meu marido tinha o comércio, né,
aí que comecei a fazer os pastéis,
há 50 anos.
Passava muita gente lá.
A pé: viajantes, povo de Paracatu.
Bem depois, de ônibus.
Faziam encomendas
e o meu pastel andava por todo lado.
Fazia de manhã e à tarde também.
Eu tinha a quitanda e o pessoal ia tomar café.
O povo da roça sempre passava no fim de tarde.
Acordava cedo e logo já pegava a farinha, a água e o sal.
A massa não tem ovo não.
Depois abria a massa, colocava o recheio.
Pastel de carne e queijo.
Meu preferido é o de queijo.
Fritava,
vendia.
Naquela época, era 1 real, não, lembrei, 50 centavos.
[Muita coisa ficou lá debaixo da lama, né
minhas louças,
presentes de casamento,
o que ficou, ficou
o que sobrou, fomos nós].
Dona Laura, moradora de Paracatu de Baixo
[/vc_column_text][/thb_border][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1525124940454{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][vc_column_text]Depois do rompimento da barragem de Fundão, Dona Laura precisou se mudar para o distrito de Padre Viegas, em Mariana, com o filho Carlos e a neta Carla. Esta se tornou sua sucessora e carrega a tradição da receita do pastel da avó.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1525124926094{margin-top: 24px !important;}”][vc_column][thb_border][vc_column_text]Eu comecei a fazer os pastéis
quando minha avó ficou doente,
um pouco antes do rompimento.
Ela arrumou um problema na perna e
não dava mais conta de fazer os pastéis.
Aí o meu pai disse pra eu fazer.
Minha avó Laura
foi quem me passou a receita.
No início, tive dificuldade, achei que não iria dar conta.
Até que fui fazendo,
de pouco a pouco,
e fui acertando o jeito de fazer a massa.
Hoje em dia, nem preciso medir
os ingredientes para fazer.
Acordo cedinho aos finais de semana,
entro pela porta do fundo do bar,
ponho a touca na cabeça e começo
a fazer os mais de 50 pastéis com a receita de vovó.
Num instante eles são vendidos.
Fico orgulhosa de continuar essa tradição.
Carla Gomes Barbosa, moradora de Paracatu de Baixo
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