Nossa saúde não pode esperar
Anos após o rompimento da barragem, a Fundação Renova insiste em utilizar o nexo causal como critério para a conquista de assistência médica.
Anos após o rompimento da barragem, a Fundação Renova insiste em utilizar o nexo causal como critério para a conquista de assistência médica.
É necessário reconhecer as crianças como sujeitos no mundo, como sujeitos que sentem e vivenciam, à sua maneira, o que acontece ao seu redor. O crime que ocorreu no dia 5 de novembro de 2015, e que continua na vida dos(as) atingidos(as) ao longo da Bacia, não deixou de fora as crianças. Elas sentem os impactos de tudo isso e absorvem as dores e os sofrimentos causados pelos danos. Portanto, é importante acompanhar e entender de que forma elas foram atingidas.
“[…]De uma forma linda e carinhosa, cerca de 250 pessoas passaram pela Feira, conversaram sobre a saúde dos atingidos e atingidas, viveram momentos de cuidados e se divertiram com as apresentações culturais locais.”
Os moradores de Barra Longa denunciam o aparecimento de trincas e rachaduras em suas casas desde o rompimento de Fundão. Laudos da própria Renova/Samarco apontam problemas em 98 casas, porém, mais uma vez, a fundação/empresa alega que os abalos nas estruturas não tem relação com a tragédia/crime
Há mais de um ano, as crianças e os adolescentes de Barra Longa aguardam a entrega do campo de futebol, atingido pela lama de Fundão. Sem o espaço, eles precisam se dividir no uso da quadra e perdem atividades de lazer, saúde e desenvolvimento
Daniel e Juliano são cortadores de cana em Barra Longa e, desde o rompimento da Barragem, perderam o lugar de onde tiravam a renda. Hoje, eles lidam com as dívidas e lutam para serem reconhecidos pela Renova/Samarco, Vale e BHP.
Consebida e Clemilda estão admiradas com os laudos das casas danificadas pelo crime da Barragem de Fundão feitos pelos próprios criminosos, sem a sua participação
“Minha casa não entrou lama, eu não perdi bens materiais, mas estou perdendo um bem mais precioso, que é a minha saúde e a do meu filho”, conta Andrea Domingos.
“As pessoas mais velhas, naturalmente, carregam consigo marcas de acontecimentos que ocorreram em vários momentos de suas vidas. […] Suas marcas/memórias/histórias simbolizam a de outros moradores da comunidade, que foram atingidos/marcados pelo rompimento da barragem.”